sexta-feira, 3 de junho de 2016

Comerciantes Bahá'ís são impedidos de exercer o comércio, entenda!

Comerciantes brasileiro demonstram preocupação com a opressão econômica contra os bahá'ís iranianos

Recentemente comerciantes brasileiros de diversos estados se pronunciaram contra a opressão contínua e sistemática dos membros da Fé Bahá'í no Irã. As lojas e comércios pertencentes a bahá’ís sofrem ataques frequentes. Desde 2005, por exemplo, pelo menos 650 incidentes de perseguição econômica aos bahá’ís do Irã foram documentados. Esses incidentes ocorreram em praticamente todas as províncias. O número de incidentes é sem dúvida maior devido à dificuldade de obter informações acuradas a respeito de violação de direitos humanos no Irã. “O elevado número de incidentes e sua ampla diversidade geográfica e de tipos mostra que há uma campanha oficial e dirigida pelos altos escalões do governo para privar os bahá’ís do Irã de seus meios de subsistência”, disse Iradj Roberto, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil. Além do sufocamento econômico, os bahá’ís são impedidos de cursar ensino superior, são proibidos de trabalhar no setor público e não recebem autorização para trabalhar em um muitas empresas de empresas.
"O que eu tenho para dizer sobre o que está acontecendo lá no Oriente é que eu fico muito triste, que deveria haver união, porque Deus significa união, amor, e não o que nós estamos vendo acontecendo lá fora." - Rosmari.
"Nós não estamos falando só de religião, estamos falando de dignidade. Estamos falando de Direitos Humanos! Enquanto houver um único cidadão no mundo que não possa exercer, livremente, a sua crença, que sofra qualquer tipo de restrição social ou governamental, em razão da sua escolha religiosa, ali, não haverá liberdade religioso e o nosso coração estará com esse cidadão, defendendo a sua liberdade e sendo parceiro naquilo que o Brasil puder alçar a sua voz." - Damaris Moura, Presidente da Comissão de Direito e Liberdade da OAB/SP.
"Quem crê, ama. E quem ama, busca cumprir o que crê. É isso que os bahá'ís no Irã procuram viver na sua vida de cada dia. Isso está, inclusive, editado no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi firmada pelo Irão. Este povo somente procura viver nessa fé a partir da liberdade de pensamento, da liberdade de crença, do exercício do seu país, sem descumprir as normas e leis de onde vive, mas cumprindo aquilo que vem dentro do seu coração, da sua alma. Os bahá'ís têm direito a viver isso, na liberdade e no amor. Viver isso plenamente com o apoio de toda a sociedade." - Dr. Fernando Altemeyer, professor de Teologia da PUC/SP.
"Declaro o meu apelo a todo o Estado do Irã, que possa permitir aos nossos irmãos professarem a sua fé e terem a liberdade religiosa, que a ONU assista a todos aqueles e aquelas que, muito embora seja uma comunidade pequena, é legitimada dentro das suas tradições e das sua raízes. O meu respeito a todo o Estado iraniano, mas, aqui, a minha solicitação, com humildade, para que deixe os nossos irmãos bahá'ís terem a liberdade, tanto de culto, quanto de vida." - Babalorixá Pai Tinho de Odé.
"Meu nome é Nei Menezes, sou corretor de imóveis e, também, pequeno comerciante, e estou sabendo da perseguição dos iranianos aos bahá'ís. Isso é um absurdo! Principalmente, das perseguições obrigando os bahá'ís a não poderem fechar as suas lojas, o seu comércio, o seu dia de ganho, no seu dia sagrado. Isso é um absurdo muito grande! Então, estou, aqui, me solidarizando em prol do povo bahá'í, e acredito que isso nunca, jamais, poderia acontecer." - Nei Menezes, pequeno empresário e corretor de imóveis.
"Eu quero declarar a minha solidariedade aos comerciantes bahá'ís no Irã, que estão sendo perseguidos pelas autoridades iranianas. Um repúdio! Declaro o meu repúdio a esse tipo de perseguição das autoridades iranianas aos bahá'ís. Eu sou Fabiana, sou kardecista e trabalho na área de comércio." - Fabiana Farah, que trabalha na área de comércio.
"Chega a mim, com muita tristeza, essa informação que adeptos da Fé Bahá'í no Irã sofrem uma perseguição bastante séria, bastante rigorosa, simplesmente por professarem uma fé, que é uma minoria. Penso eu que o país teria muito o que ganhar sabendo entender e sabendo respeitar as pessoas que defendem essa fé, e que é uma fé bastante pacífica, antes de tudo. Então, é dessa maneira que eu vejo a situação: todos ganhariam muito mais conseguindo entender, conseguindo tolerar e respeitando quem pensa de uma forma diferente." - Alfredo Ondas, Delegado de Polícia e Vereador de Americana/SP.
"O que acontece, hoje em dia, com a Fé Bahá'í no Irã é um absurdo! É injusto! Nenhum governo tem o direito de boicotar, menosprezar, impedir ou prejudicar, qualquer manifestação de fé. Se nós analisarmos os governos autoritários durante toda a história do ser humanos, a gente só vai encontrar desgraça, só encontrar morte, escuridão, atraso. Não cabe ao governo e não cabe a nenhum ser humano julgar a respeito da fé." - Helmuth Neitzel, gerente comercial.
"Bahá'í, não abram mão dos seus direitos! Não abram mão da sua fé! A gente serve um Deus maravilhoso, que nos guarda e nos protege em todos os momentos." - Maria das Graças, em Minas Gerais.
"Eu condeno, veementemente, a retaliação religiosa junto à comunidade bahá'í. Cada um deve ser livre para manifestar a sua religiosidade e, também, livre par fechar ou abrir o comércio, segundo as suas intenções individuais." - Lourival Júnior, tecnólogo em processamento de dados, em Arapongas/PR.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Entenda o que acontece no Irã sobre os jovens e professores Bahá'ís #EducaçãoNãoÉCrime

Desde a Revolução Islâmica em 1979, os 350 mil seguidores da Fé Bahá'í no Irã – a maior religião minoritária no país – estão sob alvo de frequente perseguição religiosa por parte do governo. Entre as diversas facetas desta perseguição está a negativa de acesso à educação – um direito internacionalmente reconhecido há mais de 60 anos, e cujo respeito é dever de todos os países signatários dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos, inclusive o Irã. A política de estrangulamento da comunidade bahá'í iraniana está descrita num documento oficial revelado pelas Nações Unidas em 1991, conhecido como Memorando Golpaygani. O documento, assinado pelo Líder Supremo, Aiatolá Khamenei, diz que “[os bahá'ís] devem ser expulsos das universidades, seja durante o processo de admissão ou durante o curso de seus estudos, assim que se souber que são bahá'ís”.
De maneira geral, a negativa do direito de uma pessoa à educação superior equivale à negativa do seu direito à existência como um ser humano livre e produtivo. O direito à educação, proclamado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e garantido pelo Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais – assinado e ratificado pelo Irã – enfatiza acesso equitativo a educação superior, sendo que o único critério legítimo de admissão é satisfazer os padrões acadêmicos de ingresso.
O governo do Irã tem procurado sistematicamente privar da educação superior os jovens membros da Comunidade Bahá’í. Milhares de outros estudantes também têm sido excluídos das universidades por serem membros ativos de grêmios estudantis, publicações estudantis, ou questões sociais e políticas, incluindo os direitos das mulheres, a liberdade acadêmica, os direitos humanos e os direitos de prisioneiros.
Tais empreitadas da parte do governo iraniano são, sem dúvida, parte de uma ação coordenada para erradicar a Comunidade Bahá’í como um grupo viável dentro da sociedade iraniana.
O impedimento formal de acesso dos estudantes bahá’ís à educação superior data de 1981. As iniciativas do estado iraniano nesse sentido demonstram com clareza até que ponto está disposto a chegar em sua campanha de estrangulamento secreto da Comunidade Bahá’í.
Inicialmente, um mecanismo muito simples era utilizado para excluir os bahá’ís da educação superior: exigia-se que todos aqueles que prestavam exame vestibular nacional para universidade declarassem sua religião. Os candidatos que indicassem outra religião além das quatro oficialmente reconhecidas no Irã – Islã, Cristianismo, judaísmo e Zoroastrismo – eram automaticamente excluídos.
O caso tem atraído considerável atenção internacional às políticas opressivas do governo. Órgãos de direitos humanos da ONU pediram o fim à discriminação religiosa
contra estudantes bahá’ís, e vários governos pressionaram o Irã para admitir de volta os bahá’ís à universidade.
Numa resposta aparente a esta pressão, no final de 2003 o governo anunciou oficialmente que iria pôr um fim à declaração de afiliação religiosa no requerimento para o exame vestibular para as universidades nacionais. Centenas de jovens bahá’ís acreditaram nesta promessa e se inscreveram no processo seletivo. Contudo, mesmo alcançando notas altíssimas nos anos seguintes, pouquíssimos conseguiram de fato de matricular. Dos que tiveram êxito em passar pela burocracia educacional, a esmagadora maioria foi expulsa antes de conseguir completar seus estudos.
81 universidades instruídas a expulsar bahá’ís
Em 2006, a comunidade internacional foi alertada acerca de uma comunicação confidencial do diretor geral do escritório Central de Segurança do Ministério da Ciência, Pesquisa e Tecnologia, que supervisiona todas as universidades conduzidas pelo estado, na qual instruía 81 universidades iranianas a expulsarem todos os estudantes identificados como bahá’ís. “Se a identidade do indivíduo bahá’í for conhecida na hora da inscrição ou no decorrer de seus estudos, eles devem ser expulsos da universidade”, dizia a carta.
A diretriz claramente contradiz as declarações públicas e privadas dos oficiais do governo iraniano, feitas em anos anteriores, procurando apresentar seu sistema educacional como aberta aos bahá’ís e livre de práticas discriminatórias.
No início de março de 2007, por exemplo, a agência de notícias Reuters informou que, naquele ano letivo, cerca de 70 estudantes bahá’ís haviam sido expulsos das universidades no Irã. Nessa reportagem, foi citado um porta-voz anônimo da Missão Iraniana nas Nações Unidas, dizendo: “No Irã, ninguém foi expulso das instituições de ensino por causa de sua religião”.
As declarações fraudulentas de oficiais iranianos se tornaram conhecidas quando Clare Short, membro do Parlamento do Reino Unido, recebeu uma comunicação de Hamid Reza Arefi, encarregado dos assuntos da Embaixada Iraniana em Londres, que dizia: “Nenhum indivíduo é excluído da educação superior no Irã somente por causa de sua religião”.
Desde então, uma diversidade de meios foram planejados para impedir os bahá’ís de ingressarem na educação superior.
Em junho de 2007, cerca de 1.000 estudantes bahá’ís fizeram seus exames vestibulares; porém, mais de 700 deles foram informados posteriormente que suas fichas estavam ‘incompletas’ e seus exames não poderiam ser avaliados. Dos mais de 200 admitidos, 128 foram posteriormente identificados como bahá’ís e consequentemente expulsos.
Em 2008, estudantes bahá’ís que tentavam acesso aos resultados de seus exames vestibular, eram encaminhados a uma página na internet que dizia “Erro – ficha incompleta”.
Desde então, dos estudantes bahá’ís que conseguiram um lugar nas universidades, vários foram expulsos uma vez que se soube serem bahá’ís, muitas vezes logo antes de fazerem suas provas finais.
Alguns casos recentes
• Na cidade de Isfahan, as Stas. Tara Nikkhah e Hoda Mehrgani tiveram o acesso à educação superior negado sob pretexto de que suas fichas estariam "incompletas”. A Sta. Nikkhah submeteu suas reclamações ao Tribunal de Justiça Administrativa em 29 de setembro de 2014, enquanto a Sta. Mehrgani submeteu as delas ao Gabinete da Presidência em 30 de outubro de 2014.
• Também em Isfahan, as Stas. Negar Ebrahimi e Mahta Makari [Mokari], cujas fichas foram declaradas “incompletas”, submeteram reclamações ao Ministério da Ciência e ao Tribunal de Justiça Administrativa e outras autoridades em 21 de outubro de 2014.
• Em 29 de dezembro de 2014, no início da primeira etapa dos exames vestibulares da Universidade de Azad em Najafabad, a Sta. Shakeri recebeu orientação para comparecer no escritório de admissões da universidade para falar com o Sr. Mirmana. Ele a informou que escrever “outra” no campo de afiliação religiosa, como ela fez quando se registrou, consistia numa “dificuldade”. Ele solicitou que ela fosse até o Escritório de Segurança. Lá ela conversou com o Sr. Shams, que a pediu para declarar sua religião de forma clara e que ela tinha que prover essa informação. Quando ela disse que é bahá’í, ele disse: “Adeus, você pode sair.”
Quando no dia 17 de janeiro de 2015, a Sta. Shakeri verificou seu perfil acadêmico online, percebeu que a página principal continha a seguinte mensagem: “O Escritório de Segurança encontrou um problema com o processo referente aos seus estudos – dirija-se ao Escritório de Admissões.” Quando ela se apresentou no dia seguinte para falar com o Sr. Mirmana, recebeu a notícia de que ela deveria mudar sua resposta de “outra” no campo referente à religião e que esta era uma instrução do Ministério da Educação, que havia removido a opção “outra” dos formulários. A Sta. Shakeri solicitou sua orientação e ele sugeriu que ela se dirigisse ao Escritório de Segurança para levar a questão ao diretor, Sr. Najafi. Ao fazê-lo, o Sr. Najafi respondeu que os bahá’ís não têm direito de ir à universidade e a encaminhou de volta ao Escritório de Admissões, onde ela recebeu a mesma resposta. Apesar de suas
solicitações, o Escritório de Admissões se recusou a prover uma documentação por escrito dando detalhes de sua expulsão.
Em 21 de janeiro, ela foi com seu pai procurar o Diretor da universidade, mas ele não estava disponível. Após ser encaminhada de um escritório para outro por diversas vezes, eles foram orientados a procurar o diretor do Departamento de Educação, Sr. Soleimani, que lhes mostrou o manual de admissões da universidade, que diz que apenas estudantes das religiões reconhecidas podem se registrar junto à universidade. Ele disse que a jovem não deveria ter sido registrada nem tampouco participado dos exames vestibulares nacionais. A Sta. Shakeri perguntou se ela poderia receber um documento por escrito contendo as razões pelas quais ela não poderia cursar a universidade. O pedido foi registrado por escrito: “Meu nome é Nikta Shakiri, RG 39302803; Solicito sua perspectiva e sua gentil atenção em relação ao encerramento de meu perfil no site da universidade e ao fato de eu ser impedida de continuar meus estudos, devido à minha crença na Fé Bahá’í.”
O Sr. Soleimani então escreveu o seguinte: “Respeitosas saudações! Informamos por meio desta que de acordo com as guias para matrícula de estudantes (regras gerais), não é permitido matricular estudantes de religiões que não estejam especificadas na Constituição.”
Em maio de 2015 o Escritório de Admissões da Universidade de Azad solicitou que a Sta. Shakeri declarasse por escrito que sua expulsão da universidade não havia ocorrido pelo fato de ela ser bahá’í. Ela então foi informada de que havia sido expulse por não acreditar no Islã. Ela insistiu que acredita no Islã, já que a Fé Bahá’í reconhece a religião muçulmana, mas esse argumento não foi aceito.
Ela pretende dar seguimento ao caso junto ao Tribunal de Justiça.
• Em Kermanshah, a Sta. Taraneh Ghiam recebeu uma notificação que dizia que sua ficha estava “incompleta”. Seu pai, Payman Ghiami, foi impedido de cursar a universidade 32 anos atrás e teve sua residência invadida em 7 de abril de 2011. Ele registrou uma queixa quanto ao caso da Sta. Taraneh junto ao Tribunal de Justiça Administrativa contra o Ministério da Educação, sem nenhum resultado. Posteriormente, o Sr. Ghiami escreveu uma carta de protesto ao diretor do Tribunal de Justiça Administrativa solicitando que reconsiderasse o caso; em seguida, apelou também para o diretor do Conselho Geral do Tribunal de Justiça Administrativa, solicitando reconsideração. Tanto o pai quanto a filha foram orientados pela renomada advogada e defensora de
direitos humanos Nasrin Sotoudeh e pela Ordem dos Advogados do Irã, que os aconselharam a levar o caso à Comissão de Direitos Humanos de Kermanshah por intermédio da Ordem dos Advogados. O Sr. Ghiami e sua filha escreveram cartas separadas ao diretor da Comissão, solicitando sua assistência e orientação sobre levar seus casos junto ao Tribunal de Justiça Administrativa, e estão atualmente aguardando retorno.
Posteriormente, a Sta. Ghiami contratou um advogado para fazer uma reclamação formal contra as diretivas do Conselho Superior da Revolução Cultural. Ela registrou queixa junto ao Tribunal de Justiça Administrativa e o enviou por correio em 9 de novembro de 2014.
Em março de 2015 fomos informados que o Sr. Samim Dodehaki, estudante da área de música da Universidade de Beiza em Shiraz, havia expulso antes do final do semestre. Segundo informações, ele era um dos melhores alunos.
• Recebemos em 16 de abril de 2015 o relato de que três jovens bahá’ís que desejam permanecer anônimos haviam sido expulsos de suas respectivas universidades Sari e Ahvaz pelo fato de serem membros da Fé Bahá’í. As expulsões ocorreram quando os alunos estavam em seu sétimo e oitavo semestres. Em maio, dois deles registraram queixas junto às autoridades e seus casos estão sendo acompanhandos por advogados
• Dana Jaber é um jovem estudante de 13 anos de idade que cursa o sétimo ano em Fardis, na província de Karaj. Um dia, seu professor, Sr. Esmaielzadeh, disse à turma que a Fé Bahá’í não serve para nada e que eles devem evitá-la. Dana respondeu ao professor que o que ele havia dito não fazia sentido. Após o intervalo, Dana foi falar com o diretor da escola, que disse que falaria com o Sr. Esmaielzadeh. O diretor disse ao professor que ele vai à escola para ensinar, e não para falar de religião. Depois disso, o professor reclamou com Dana por ter falado com o Diretor; ele disse que alguns de seus amigos o haviam defendido, e que fariam reclamações junto ao Ministério da Educação. Deste então, o professor tem impedido Dana de participar das discussões em classe.
Professores bahá’ís impedidos de ensinar
Ao mesmo tempo em que a política de estado iraniana em relação aos bahá’ís impede o acesso de seus jovens às universidades e cursos técnicos, ela define também que os professores bahá’ís são impedidos de lecionar na universidade nacional.
Como resultado, na década de 1980, um grupo de professores voluntários iniciou em suas casas um projeto informal que oferecia aulas de nível superior para os jovens bahá’ís – uma alternativa que os permitia tanto permanecer na área educacional quanto contribuir com o desenvolvimento acadêmico e profissional da juventude bahá’í. Esta iniciativa ficou conhecida como Instituto Bahá’í de Educação Superior (BIHE), tendo ganhado prestígio e respeito internacional que garantem a seus egressos vagas em cursos de pós-graduação em vários países, como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Índia e Inglaterra.
Nas décadas seguintes, as autoridades iranianas fizeram várias tentativas de impedir o andamento das atividades do BIHE. Em 1998, agentes do governo encenaram uma série de ataques, detendo pelo menos 36 professores e funcionários do BIHE, confiscando a maior parte de seus equipamentos e arquivos. Em maio de 2011, numa em uma operação coordenada realizada em cerca de 40 residências em diversas cidades em todo o Irã, vários de seus colaboradores e professores foram detidos, e materiais de estudo e de uso pessoal foram confiscados. Pouco tempo depois, em entrevistas concedidas à mídia controlada pelo Estado, as autoridades iranianas declararam que o BIHE seria uma iniciativa “ilegal”.
Finalmente, sete desses indivíduos e outros seis que foram presos posteriormente foram levados a julgamento sob acusações amplas de “pertencimento à seita perversa do Bahaísmo e atividades contra a segurança nacional” por causa de seu envolvimento com o BIHE. Eles foram injustamente condenados e sentenciados a termos de prisão de quarto a cinco anos. Dois deles receberam sentenças suspensas ou foram liberados antes do cumprimento das sentenças e estão hoje em liberdade. Quatro deles foram libertados no final de abril de 2015.
Oito deles ainda permanecem na prisão até o momento. São eles:
• Faran Hesami, 41, trabalhava como instrutora de Psicologia junto ao BIHE e também atendia clientes particulares. Após completar sua graduação no BIHE, ela e o esposo – Kamran Rahimian – obtiveram grau de Mestrado em Orientação Educacional da Universidade de Otawa, Canadá. A Sra. Hesami foi intimada ao tribunal e presa juntamente com seu esposo em 13 de setembro de 2011. Ela foi informada que seu mestrado é ilegal, e portanto seu trabalho como orientadora educacional é também ilegal. Ela foi condenada a quatro anos de prisão.
• Kamran Mortezaie, 63, possui diploma de Engenharia Eletrônica pela Universidade de Aryamihr University – hoje Universidade de Tecnologia de Sharif– no Irã, assim como uma pós-graduação pela Universidade George Washington nos Estados Unidos. Proibido de exercer sua profissão por ser
bahá’í, ele trabalhou no ramo de construção civil. Ele era um dos diretores do BIHE e dava aulas de computação. Estava entre os 36 membros da instituição detidos durante uma operação realizada em 1998 pelas autoridades iranianas. Ele tem um filho. Está cumprindo pena de cinco anos de prisão.
• Amanollah Mostaghim, 67, completou a educação básica em Shiraz e foi para os Estados Unidos cursar o ensino médio. Ele possui diploma de bacharelado em Engenharia Civil pela Universidade Texas Tech. Ele retornou ao Irã em 1980, e trabalhou na área de engenharia civil em diversas províncias até se estabelecer em Shiraz. É casado e tem três filhos. Ele foi detido em 22 de maio de 2011 e liberado sob fiança 38 dias depois. Em 16 de junho de 2012, ele foi intimado ao tribunal e sentenciado a cinco anos de prisão.
• Foad Moghaddam, 66, tem um diploma em Clínica Geral da Faculdade de Medicina de Tabriz. Ele praticou medicina por 33 anos e está envolvido com o BIHE há 17 anos. É casado e tem três filhos. O Dr. Moghaddam sofre de problemas de coração. Ele foi preso em 22 de maio de 2011. Em 25 de junho de 2011, ele foi liberado sob fiança. Em 16 de junho de 2012, foi intimado ao tribunal e sentenciado a cinco anos de prisão.
• Shahin Negari, 48, formou-se em Farmácia pelo BIHE e tem mestrado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade de Ottawa. Ele é casado e tem dois filhos. Até sua prisão, o Sr. Negari trabalhava como consultor técnico e estava envolvido com a parte administrativa do BIHE. Ele foi preso em 22 de maio de 2011 e liberado sob fiança depois de um mês. Em 13 de janeiro de 2013, o Sr. Negari foi detido sem qualquer notificação. Ele está cumprindo uma pena de quatro anos de prisão.
• Kamran Rahimian, 52, trabalhava como instrutor de Psicologia junto ao BIHE, juntamente com sua esposa, Faran Hesami. Após completar sua graduação no BIHE, ele obteve seu diploma de Mestrado em Orientação Educacional da Universidade de Ottawa, Canadá em dezembro de 2003. Ele foi intimado ao tribunal juntamente com sua esposa e outros dois bahá’ís em 13 de setembro de 2011. Os outros dois bahá’ís foram liberados sob fiança pouco tempo depois. O Sr. Rahimian foi condenado a quatro ano de prisão e está cumprindo sua pena na prisão de Gohardasht, cerca de 50 quilômetros ao oeste de Teerã.
• Kayvan Rahimian, 52, formou-se em Psicologia pelo BIHE e estava envolvido em atendimentos particulares como terapeuta. Ele também trabalhava como instrutor de Psicologia no BIHE. Ele foi preso em 14 de setembro de 2011 e
liberado sob fiança em 21 de setembro de 2011. O Sr. Rahimian foi informado que seu diploma de Mestrado é ilegal e portanto seu trabalho como terapeuta também é ilegal. Ele tem uma filha de 13 anos e recentemente perdeu a esposa, Fereshteh Sobhani, que faleceu de câncer. Em 30 de setembro de 2012, o Sr. Rahimian foi intimado para iniciar o cumprimento de sua pena de cinco anos de prisão.

sábado, 30 de julho de 2011

Comunidade bahá'í participa da 4ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Assembleia Nacional solicita apoio dos bahá'ís para ato público na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro



Em carta enviada às instituições bahá'ís, a Assembleia Espiritual Nacional* convoca os bahá'ís a formarem caravanas para participar da 4ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, a ser realizada no Rio de Janeiro no dia 18 de setembro, na orla da praia de Copacabana. O ato público, que tem acontecido todos os anos desde 2008 para clamar pelo fim da violência e da intolerância contra quaisquer crenças e religiões, tem o objetivo de promover a eliminação da discriminação religiosa do seio de nossa sociedade.

A organização do ato, que conta com o apoio da TV Globo, é feita predominantemente pela Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), cujo apoio foi essencial para a Manifestação pela Liberdade e pela Vida, realizada em Copacabana no dia 19 de junho, que pediu a libertação dos sete ex-Yaran, as lideranças bahá'ís presas no Irã. A caminhada é um evento de grande repercussão na mídia e já chegou a contar com a participação de 80 mil pessoas, sendo uma grande oportunidade para alcançar uma amplitude de impacto na sociedade no que diz respeito às crenças e religiões como um direito a ser efetivado.

A idéia é repetir a mesma mobilização de 19 de junho, com bahá’ís vindo de todas as partes do Brasil e se formar novamente uma mobilização pela liberação dos sete ex-Yaran. Para esta caminhada, cada participante terá em mãos uma máscara com a foto de um dos sete e e o colete com a frase “Hoje somos todos bahá'ís” e “Libertem os 7 líderes bahá’ís presos no Irã”, usados na manifestação de junho que coloriu de amarelo a orla de Copacabana.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aumenta a condenação às violações de direitos humanos no Irã

Aumenta a condenação às violações de direitos humanos no Irã

No Brasil, Canadá, Índia e Chile, indivíduos de diversos meios se mobilizam em defesa dos direitos humanos no Irã

Sites dos Senados chileno e canadense

O protesto mundial contra a perseguição à comunidade Bahá’í do Irã recebeu o apoio de aliados como o Senado Chileno, uma senadora muçulmana do Canadá, um deputado federal e entidades religiosas no Brasil e proeminentes organizações indianas, bem como a advogada e Prêmio Nobel da Paz iraniana, Shirin Ebadi.

Os últimos apelos – que pedem pelo fim tanto do encarceramento das sete lideranças bahá’ís como da prolongada detenção de 12 colaboradores e professores do Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE, sigla no inglês) – coincidiram com o envio pela Casa Universal de Justiça de uma mensagem aos bahá’ís do Irã.

A mensagem, escrita em persa e datada de 17 de junho, repudia como “infundadas” e “absurdas” as declarações de autoridades iranianas de que seriam “ilegais” as iniciativas da comunidade bahá’í para educar seus jovens membros.

O documento critica também aqueles que no Irã se afastaram dos verdadeiros valores islâmicos, das leis de sua terra e da magnífica história de erudição e conhecimento da nação, chegando ao ponto de – com base em ignorante preconceito religioso – negar educação superior a seus jovens cidadãos.

“Hoje, Somos Todos Bahá'ís”
Deputado federal Chico Alencar
No Brasil, o deputado federal Chico Alencar participou de uma manifestação em defesa das lideranças bahá'ís presas no Irã, que aconteceu no dia 19 de junho na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, durante a qual manifestou seu apoio aos sete bahá'ís, que estão cumprindo o seu quarto ano de prisão.

“Os bahá'ís hoje têm um compromisso com a solidariedade e a igualdade ... [A Fé Bahá'í] tem um elemento humanista fundamental que só um regime totalitário obscurantista pode desconhecer”, afirmou Alencar, que é membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

Também se pronunciaram em defesa dos bahá'ís no Irã representantes do Candomblé e da Umbanda, do Kardecismo, da comunidade judaica e de outras religiões, que participaram da manifestação com o objetivo de defender a liberdade religiosa em todos os países do mundo, e em especial no Irã.

“Nós sabemos bem o que é ser perseguido por causa de religião, e assim sabemos o quão importante é mostrar solidariedade a outras minorias reprimidas”, disse Natan Klabin, representante do Hillel – uma organização da juventude judaica do Rio de Janeiro.

Manifestação na praia de Copacabana

Vestindo um dos mil coletes amarelos que foram distribuídos durante a manifestação – que traziam estampada a frase Hoje, Somos Todos Bahá'ís – Klabin finalizou sua fala dizendo: “Sou judeu durante todos os dias de minha vida. Mas hoje, eu também sou bahá'i”.


A Voz da Justiça

Em visita ao Brasil, a advogada iraniana Nobel da Paz, Shirin Ebadi, também defendeu os bahá'ís em seu discurso na audiência pública na Câmara Federal. “Sou a voz das pessoas que não têm voz para falar”, disse ela, que ressaltou as precárias condições jurídicas e as perseguições que teve de enfrentar pelo fato de ter assumido o caso das sete lideranças bahá'ís, em 2008. 
Audiência pública na Câmara dos Deputados
A negativa de acesso ao ensino superior aos bahá'ís no Irã e as recentes investidas contra o Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE) também foram levantados por Ebadi durante entrevistas e palestras que proferiu no país entre os dias 7 e 14 de junho. A advogada afirmou que há uma perseguição sistemática aos bahá'ís no Irã, e o impedimento dos jovens de irem à universidade é uma tentativa de enfraquecer a comunidade.

“Detenção injusta”

No Chile, o Senado solicitou com unanimidade ao presidente Sebastian Pinera que expresse sua “enérgica condenação” contra o Irã por sua “rigorosa e sistemática perseguição aos bahá’ís”.

Numa resolução aprovada por unanimidade em 15 de junho, o Senado chileno citou que "desde 1979 o governo do Irã tem sistematicamente negado o acesso à educação superior aos jovens membros da comunidade bahá'í, a maior minoria religiosa não-muçulmana, que conta com 300.000 seguidores no país.

O documento mencionou especificamente a detenção de professores e colaboradores do BIHE no último mês: “Além disto, o governo tem empreendido ações para anular os esforços dos bahá’ís de estabelecerem suas próprias iniciativas [educacionais], incluindo o Instituto Bahá’í de Educação Superior (BIHE).”

Um apelo veemente

No Senado Canadense, a senadora Mobina Jaffer solicitou “novas medidas” do Canadá para “chamar o Irã a prestar contas pelo seu inaceitável tratamento aos bahá’ís”. Jaffer – que é a primeira senadora muçulmana do Canadá – falou por mais de 15 minutos em 21 de junho a respeito da situação de direitos humanos no Irã, denunciando o país pela “brutal campanha de opressão contra seus cidadãos”.

A maior parte de seu discurso, no entanto, foi dedicado à discussão da perseguição do governo iraniano aos bahá’ís, dizendo que a situação “é um estudo de caso das reais intenções do governo iraniano quanto às suas obrigações relacionadas aos direitos humanos.”

“A perseguição enfrentada pelos bahá’ís no Irã hoje tem poucos paralelos na história humana”, disse a senadora Jaffer. “Esta é uma comunidade de mais de 300 mil pessoas que por mais de 30 anos vem sendo submetida a uma política de estado, frequentemente explícita, focada em sua destruição.”

“Os bahá’ís enfrentam acusações no Irã porque uma elite clerical linha dura considera ilegítima a sua religião, e por isso eles são considerados apóstatas ou oponentes do Islã. Essa atitude em relação aos bahá’ís é espalhada através de mentiras e informações falsas transmitidas pela mídia controlada pelo estado”, disse ela.

O “questionamento” formal da senadora Jaffer implica na retomada por parte do Senado canadense da discussão a respeito da situação de direitos humanos no Irã em sua próxima sessão, prevista para setembro.

Os “vergonhosos” atos do Irã

Na Índia, pessoas proeminentes continuam a erguer suas vozes contra o aprisionamento de colaboradores e professores do BIHE.

A Fundação Better Education Through Innovation (BETI), – que se dedica à educação de meninas na região de Lucknow – expressou sua “firme e leal solidariedade na condenação das ações contra o Instituto Bahá’í para Educação Superior”.

“É deveras surpreendente que a República Islâmica do Irã lance mão de atos que não somente negam aos bahá’ís seus direitos humanos inerentes, mas que também vão contra os mandamentos do Sagrado Alcorão, que repetidamente enfatiza a necessidade de obter a mais elevada e a melhor educação possível...”, escreveu Sehba Hussain, diretora fundadora da Fundação BETI e membro da Comissão Nacional para a Proteção dos Direitos da Criança.

Em uma carta escrita ao embaixador iraniano na Índia, acompanhada de uma petição assinada por 86 lideranças, Maja Daruwala – diretora da ONG Commonwealth Human Rights Initiatives – expressou em nome dos signatários “a mais vigorosa condenação dos brutais atos de perseguição aos bahá’ís do Irã”, particularmente “os relacionados ao nobre trabalho de prover acesso à educação para a juventude bahá’í, a quem o direito à educação tem sido sistematicamente negado...”

“Pedimos também ao governo do Irã que honre suas obrigações para com o Tratado Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, e permita a todos os seus cidadãos o acesso a educação superior, independente de sua ideologia ou crença”, escreveu a Sra. Daruwala.

Reportagens Especiais

A Agência Bahá'í de Notícias publicou uma Reportagem Especial, baseada em materiais elaborados pelo Baha'i World News Service, que inclui artigos e materiais de apoio sobre as sete lideranças bahá'ís iranianas – suas vidas, sua prisão, julgamento e condenação – e as alegações feitas contra elas. A reportagem oferece ainda materiais complementares acerca da perseguição contra a comunidade bahá'í no Irã.

Uma outra Reportagem Especial inclui artigos e informações relacionadas à campanha do Irã para negar aos bahá'ís o acesso à educação superior. Lá estão disponíveis um resumo da situação, artigos de destaque, estudos de caso e testemunhos de estudantes, além de materiais de apoio e links. 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Manifestação no Rio pede ao Irã que respeite os direitos humanos.


RIO DE JANEIRO, Brasil, 20 de maio de 2011 (BWNS) – Representantes do governo, comunidades religiosas e organizações da sociedade civil estavam entre os 800 ativistas de direitos humanos reunidos para pedir ao Irã que cesse a perseguição aos bahá’ís e outras minorias religiosas.


Os participantes vieram de todas as partes do Brasil para participar da manifestação, realizado ontem na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, sendo que alguns levaram mais de 15 horas viajando de ônibus para estar lá.

Quase 8 mil imagens com os rostos das sete lideranças bahá’ís aprisionadas estavam dispostas na praia, correspondendo ao número de dias de prisão que os sete vêm sofrendo após três anos na prisão. As fotos estavam dispostas em um grande círculo, representando o mundo e a união dos povos de todas as raças e nações.

Nas suas observações, o deputado federal Chico Alencar, deu o tom para as atividades do dia, dizendo: “A liberdade religiosa é algo que não pode ser tocada.”

Um participante judeu, Natan Klabin, concordou: “Nós sabemos bem o que é ser perseguido por causa de religião, e assim sabemos o quão importante é mostrar solidariedade a outras minorias reprimidas”, disse ele.

O babalaô Ivanir dos Santos – representando o Candomblé, religião afro-brasileira – falou sobre a perseguição que sua comunidade frequentemente enfrenta. “É por isso que sentimos que devemos protestar contra todos os tipos de intolerância religiosa. Tenho a esperança de que um dia não mais precisaremos promover manifestações como esta, em país algum”, disse Ivanir.

Mil coletes amarelos – com a frase “Hoje somos todos bahá’ís” e “Libertem os 7 bahá’ís presos no Irã” – foram distribuídos juntamente com folhetos sobre liberdade religiosa. Mmúsicos que contribuíram com o programa, apresentando canções sobre os temas de liberdade e solidariedade.

O bahá’í brasileiro, Iradj Eghrari, disse que demonstrar solidariedade entre as religiões é essencial para mostrar às autoridades iranianas que a perseguição não é uma questão de preocupação somente para os bahá’ís.

“Se hoje você não demonstra apoio a uma minoria religiosa perseguida, amanhã a vítima da intolerância religiosa pode ser você”, declarou.

As sete lideranças bahá’ís aprisionados eram membros de um grupo informal de nível nacional que ajudava a atender às necessidades dos mais de 300 mil membros da comunidade bahá’í do Irã. Após serem detidos ilegalmente por 30 meses, eles foram julgados sob acusações fraudulentas e, em agosto de 2010, cada um foi sentenciado a 20 anos de prisão.


Veja as fotos da manifestação no álbum da Comunidade Bahá’í do Brasil na Internet:
Assista aos vídeos pelo canal da SASG no YouTube:
Acesse também o perfil no Facebook e veja as fotos e notícias sobre o evento.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vídeo de uns dos momentos marcantes da Passeata pela Liberdade Religiosa

Ida para a passeata
Amigos incomparáveis
Pessoal se divertindo cantando
Nosso piadista de pé
Pessoal se preparando para começar a passeata 9h
Preocupação que o motorista tava correndo muito
Nossa viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro começou as 0:30 de domingo (19/06/11) com a participação de 37 pessoas saindo da capital.
A viagem teve uma duração de 6h com muita alegria e entusiasmo, estávamos tão animado e ansiosos que não conseguíamos dormir na viagem e  conversávamos sem parar. Tivemos alguns contratempos no meio do caminho com alguns amigos roncando sem parar, que até o motorista do bus achou que era o motor. Chegamos ao destino por volta das 8:30 da matina e olhamos em volta e víamos o trabalho pesado que estava sendo feita para este encontro histórico.















Os amigos trabalhavam fincando as bandeiras com o rosto dos Bahá'ís presos no Irã, naquele dia lindo com o céu azul igual o mar, com todo seu suor, com um sorriso no rosto de satisfação, embaixo de um calor matinal de 25 graus celsos.









Então, todos se acomodaram nos quiosques da praia, deixando seus pertences e indo por a mão na massa. Por volta das 10h da matina, o evento oficialmente deu inicio com já as mais de 7 mil bandeiras fincadas no chão, fazendo um círculo em volta das areias de Copacabana.

Era inevitável que as pessoas fazendo sua corrida, exercícios matinais não ficassem curiosas de saber o que estava acontecendo. Cada minuto que se passava mais e mais pessoas se aglomeravam às beiras da praia e perguntavam-nos o que estava acontecendo e porque desta passeata.

Ainda, tivemos a presença de vários reportes, de diversos fotógrafos de jornais e revistas cobrindo a matéria, além de ilustres presenças de vereadores, da comunidade negra do brasil, da comunidade judaica, da comunidade de intolerância religiosa, entre outros.








Este dia, foi realmente inesquecível, para a comunidade bahá'í do Brasil e para o povo brasileiro que está ficando a par do que ocorre no Irã, além de alertar o governo brasileiro de que seus aliados não são pessoas que respeitam os direito básicos da vida e que isso o povo brasileiro não admite e que o nosso governo também deve ir contra.






No mais, apareceram no Rio de Janeiro, diversas comunidade como a de Belo Horizonte, de São Paulo, de Porto Alegre, de Brasília, do próprio Rio de Janeiro, do Espírito Santo dentre outros Estados, foram todos apoiar esta iniciativa bahá'í que foi um sucesso.

Uma pergunta que era sempre corriqueira, "por que os bahá'ís estão fazendo isto, se não é com o povo brasileiro?"
E a resposta era, o planeta é um só e nós somos seus cidadãos, se a humanidade não der um basta na intolerância religiosa, um basta na falta de liberdade da vida, isto pode acontecer em qualquer lugar, até no Brasil. Imaginemos que aqui no Brasil, fossemos proibidos de acreditar no Evangélio de Jesus, que se acreditássemos nele iríamos ser presos e mortos, nossos filhos proibidos de ter educação e lazer. Então esta passeata trouxe a reflexão que o povo brasileiro de do mundo deve fazer e não deixar que isso ocorra em seus países como ocorre no Irã.


Participantes tirando uma onda
 Gostaria de agradecer todos os presentes neste evento, que fez com que tudo isso foi possível e que nos apoiou 100% e está sempre do lado da Unidade e da Justiça, para que o a terra seja o reflexo do reino dos céus.
Mais de 7 mil bandeirinhas com o rostos do lideres Bahá'ís presos




Unidade na diversidade

Um planeta um só povo

A roda da unidade

Momento que gritamos os nomes dos 7 lideres

Explicação do que estava ocorrendo naquele momento

Wowww!!!! Que lindo!!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Manifestação em Copacabana pede fim da perseguição aos Baha’is no Irã
Representantes de diversas religiões participarão, no próximo domingo, de ato de solidariedade com atrações musicais e instalações artísticas.
Surgida em 1844, a religião Bahá’í tem hoje mais de 300 mil seguidores e é a maior minoria religiosa no Irã. Entretanto, ela não é reconhecida pelo governo iraniano, sendo perseguida desde o seu surgimento. Após a Revolução Islâmica, em 1979 esta perseguição se intensificou e centenas de bahá’ís foram mortos, milhares foram presos e outras centenas de milhares sofreram outros tipos de privação.
No próximo domingo, dia 19, centenas de pessoas de várias religiões estarão na Avenida Atlântica, em Copacabana, para prestar solidariedade aos Bahá’ís e exigir o fim da perseguição aos seus seguidores no Irã. Será uma celebração pela liberdade e pela vida, com a presença pessoas vindas de diversos estados brasileiros e lideranças do movimento negro, grupos de direitos humanos, representantes da sociedade civil, governo e entidades religiosas.
A partir das 10h da manhã, o grupo Afoxé Filhos de Ghandi se apresentará na orla da praia, em frente à Rua Siqueira Campos. Estão previstas também a participação das bandas Galhos e Sementes e God First, ainda várias outras atrações musicais e convidados especiais.
Serão fincadas na areia da Praia de Copacabana 7.747 máscaras com o rosto dos sete lideranças Bahá’ís presas atualmente no Irã. Este número é a soma dos dias que cada um deles está sob privação de liberdade, mantidos em condições insalubres e desumanas.
“Ser inocente e ter seus direitos mais fundamentais negados é algo que extrapola a questão individual. Apesar das injustiças que vêm sendo cometidas contra estas sete pessoas, acreditamos que uma manifestação alegre pode reverberar positivamente a favor deles”, diz Mary Aune, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil. Há atualmente cerca de 57 mil bahá’ís no Brasil.


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A campanha pela liberdade dos bahá’ís presos no Irã conta ainda com uma página no Facebook (http://on.fb.me/7bahais) na qual, além de notícias sobre o processo de mobilização para o evento em Copacabana, há sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas de forma espontânea e descentralizada. Os seguidores da página podem, por exemplo, postar seus próprios vídeos caseiros falando sobre a importância de se garantir os direitos humanos e liberdades individuais a todas as pessoas. Com relação ao caso específico dos bahá’ís, a página sugere a postagem de fotos conceituais e até mesmo o uso de materiais alternativos, como balões de gás hélio para chamar a atenção para o caso.
Bahá'ís no Brasil
A Fé Bahá'í chegou ao Brasil com o pioneirismo da americana Leonora Armstrong em 1921. De lá para cá a Comunidade Bahá'í se desenvolveu e cresceu: com mais de 65 mil bahá'ís de todas as idades, está presente em todos os estados brasileiros. Os bahá'ís participam ativamente da vida comunitária, oferecendo atividades de cunho espiritual voltadas para crianças, jovens e adultos, abertas a todos os interessados. Atividades de desenvolvimento socioeconômico e educacional e a promoção de reflexões sobre temas correntes -- como direitos humanos, sustentabilidade, igualdade racial e de gênero -- junto à sociedade e ao governo também fazem parte da agenda bahá'í no Brasil e no mundo.
Mais informações sobre os baha’is: http://www.bahai.org.br/
Mais informações sobre o evento em Copacabana e sobre a perseguição aos Bahai’s no Irã:http://sasg.bahai.org.br/

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Audiência sobre direitos humanos e liberdade religiosa realizada na Bélgica

"Baha'i Pergunta" citado no Parlamento Europeu audiência direitos humanos

31 de maio de 2011
 Vítimas de intolerância religiosa não são apenas as pessoas privadas do direito de praticar sua fé - que sofrem abusos em cada aspecto de suas vidas diárias.
Esta observação foi feita em uma audiência realizada antes da subcomissão do Parlamento Europeu sobre Direitos Humanos.
Penelope Faulkner - um membro da Plataforma Europeia de Discriminação e Intolerância Religiosa (EPRID) - destacou o grau em que a liberdade de religião ou crença está ameaçada em todo o mundo.
É um "enorme problema", disse Faulkner. "Especialmente em países onde o estado ... incita o ódio, as minorias religiosas são indefesos.
"Eles perdem os seus direitos, seus meios de subsistência e, em muitos casos, suas vidas."
"Este é o caso dos Baha'i no Irã, onde as autoridades a aplicar um plano sistemático para lidar com o que chamam de" Baha'i Questão "- com diretrizes específicas para bloquear o acesso à educação, ao confisco de bens, negar emprego e negar a cidadania direitos de alguém conhecido por ser bahá'í ", disse Faulkner.
Seus comentários foram feitos dias depois de cerca de 16 indivíduos foram detidos no Irã para tentar operar uma universidade informal para oferecer educação aos Baha'is que têm sido impedidas de ensino superior pelo governo.
Sra. Faulkner também observou que a pesquisa recente revelou que 70% da população mundial está vivendo em lugares onde a liberdade religiosa seja restringida ou abusado.
"É em todos os continentes, cada comunidade, incluindo a Europa. O efeito devastador do sofrimento humano nos últimos meses mostra que as políticas da UE nesta área não são apenas necessárias, mas muito atrasado", disse ela.
"Os seres humanos são responsáveis"
O Relator Especial das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença, Heiner Bielefeldt, disse na audiência que ele vê essas violações em uma base diária.
"E o que me choca mais é o grau de ódio contra as minorias religiosas entre as comunidades - muitas vezes o ódio nutrido por uma combinação paradoxal de medo algumas vezes beirando a paranóia e desprezo", disse o professor Bielefeldt.
Mas os ódios como podem ser superados, ele disse.
"Afinal de contas, são seres humanos que são responsáveis, os seres humanos que também podem mudar, os grupos de seres humanos que também podem evoluir em sua convicção. Isso é algo que devemos sempre ter em conta."
Professor Bielefeldt disse na audiência - realizada em 26 de maio - que a liberdade de religião ou crença é um direito humano universal, que deve também ser interpretados para englobar a mais ampla interpretação da religião.



"Você vê muitos países em várias regiões do mundo que a liberdade promessa de religião ou crença em sua constituição, em seguida, dizer, 'OK, há três opções - você pode ser judeu, cristão, muçulmano e ponto final."
"Às vezes são cinco opções Às vezes é seis opções Às vezes não é religião, mas o ponto de partida... - Se você realmente ficará com a natureza universalista dos direitos humanos - deve ser a dignidade da pessoa humana e seu auto-entendimento.
"Se você conhece os seres humanos, a sua auto-compreensão é muito, muito, muito diversificada", disse ele.
Mas, o professor notou Bielefeldt, as Nações Unidas tratados sobre a questão claramente que a liberdade de religião ou crença "protege teístas, não-teísta, crenças ateístas, bem como o direito de não professar qualquer religião ou crença ... Este é o espírito universalista, e não só o espírito, mas também a carta dos direitos humanos e liberdade de religião. E isto é realmente ameaçada. "
Um contexto mais amplo
Também no painel foi o representante da Comunidade Internacional Bahá'í junto à União Europeia, Sarah Vader. Ela sugeriu que a liberdade de religião ou crença deve ser considerado em um "contexto mais amplo da democracia e da proteção dos direitos humanos".
"A UE deve prestar especial atenção a ser inclusiva e justa, permitindo a participação de todos - incluindo os grupos mais vulneráveis, como mulheres, jovens, minorias étnicas e religiosas", disse Vader, que também estava falando em nome do EPRID, uma coalizão de organizações não-governamentais de apoio à liberdade de religião ou crença de que a Comunidade Internacional Bahá'í é um membro.
"Em relação à futura política da UE em matéria de liberdade de religião ou crença, é necessário que o processo seja aberto, transparente e inclusivo, e encontrar uma forma de envolver a sociedade civil em diferentes níveis, seja aqui em Bruxelas ou no nível das capitais e das delegações a nível da UE ", disse ela.
Ms. Vader ofereceu uma série de recomendações que a UE poderia melhorar o acompanhamento geral e abordagem à liberdade de religião ou crença, como através da criação de um enviado especial para a liberdade religiosa e elaborar um relatório anual sobre os progressos a nível mundial no sentido da liberdade de religião ou crença.